quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A vida do lado de cá (ou de lá)

Gostaria de, primeiramente, sem falsa modéstia e sendo um tanto pretensioso, pedir desculpas aos meus 'assíduos' leitores pelos posts que prometi e nunca escrevi. A falta grave tem um motivo: a dor. 
Cada um tem a sua maneira de lidar com a dor da saudade. A minha é tentar evitar, fugir. E durante algum tempo eu abria a página de atualização do blog com o intuito de concluir os posts prometidos, isto é, de terminar o que comecei. Mas por várias e várias vezes, ao fim da primeira linha, o peito me apertava, me doía de saudade de um tempo que não volta mais, e então eu, covardemente, desistia de escreve-los. Durante algum tempo evitei olhar fotografias, ou até mesmo remexer minhas tralhas em busca de coisas que atravessaram o oceano junto comigo no caminho de volta.
Partir e deixar para trás tão intensas ´aventuras´ em terras lusitanas não é nada fácil. Torna-se mais difícil quando me lembro que o que passou, passou. E não voltará. Infelizmente. 
É muito bom estar de volta, estar em casa, e rever mãe, pai, irmão, namorada e amigos. Muito, muito bom poder matar as saudades de todas essas pessoas que torceram para que tudo desse certo, e que me acompanharam através deste nobre blog, ou até mesmo pela força do pensamento. Mas é normal, natural do ser humano estar insatisfeito. Afinal de contas, nunca podemos ter tudo. As pessoas que conheci nessa travessia, e que se tornaram meus verdadeiros irmãos, cúmplices, amigos, ou mesmo colegas, são as que agora me fazem falta na minha vida real. (digo, na minha vida-de-volta). E não existe a certeza que eu tinha com relação à minha mãe, pai, irmão, namorada e amigos, isto é, a certeza de que ia voltar para ve-los todos juntos. A malta de Coimbra se dispersou, e sabe-se lá quando vou ver todos novamente. (Nem sei sequer se vou ver todos novamente). É triste pensar assim, mas é assim que é a vida.
Acho que passado tanto tempo, nao mais faz sentido contar sobre minha eurotrip, nem mesmo fazer um post de despedida ( como eu havia planejado ingenuamente, sem saber que escrever nisto me faria mergulhar nas mais fortes lembranças). Portanto, vou aproveitar minha madrugada de insõnia para contar um pouco de como anda a minha vida por aqui.
Meu retorno correu muito bem. Estavam aqui a minha espera meus entes queridos, que me receberam com o carinho prometido. Passei alguns dias a descansar, tentando me readaptar ao fuso-horário e ao calor, curtindo minha familia, meu namoro e meus amigos.
Passado algum tempo comecei a movimentar-me, pelo menos em pensamento, para decidir o que faria da minha vida profissional, e como dividiria meu tempo, sempre lembrando da dissertação - um longo trabalho a fazer. 
As vezes sinto vontade de sair correndo pro aeroporto e voltar pra Coimbra. Mas aí mergulho na realidade de novo. Eu gosto muito da minha terrinha, e largar tudo e voltar a Coimbra seria só suspender a resolução da minha vida.
No mais, me sinto bem. A saudade dos meus companheiros bate mais forte alguns dias, mas isso é normal. É sinal de que valeu a pena. Muito a pena. Pensei em acabar com o blog, mas a Moema(minha namorada), sempre muito perspicaz, me disse que a aventura só se encerraria quando eu voltasse de Coimbra com meu título de mestre. Por isso vou deixá-lo aberto. De tempos em tempos dou uma entrada nova aqui.

É isso! Muito obrigado! ( E se alguém ainda estiver lendo, peço que comente)