quinta-feira, 24 de junho de 2010

Eurotrip!!!

Depois de todo o mestrado, e de ter ficado em Coimbra a ver navios- observando a galera viajando a Europa inteira- chegou a minha vez! Finalmente vou fazer meu mochilão! Com muito aperto e observando sempre as passagens e os albergues mais baratos, consegui fechar um roteiro de 10 dias que me parece bastante interessante! Viajar pela europa é bem mais barato do que o que os brasileiros podem imaginar, basta ficar atento às companhias aéreas low cost, reservar albergues baratos, e deixar a frescura de lado. Minha viagem toda - incluindo passagens, albergues, alimentação e diversão- vai sair mais barata do que a de alguém que sai de Teresina para passar o carnaval em Salvador, por exemplo.
Saio daqui a pouco de Coimbra, rumo ao Porto, junto com Marina e Gustavo Minêro. Vamos dormir no aeroporto porque o voo para Londres sai às 6 da manhã. Lá chegando encontraremos o Arthur e o Diogo Ramalheira. O primeiro plano para Londres é achar um pub para assistir Portugal vs Brasil. No domingo, 27, jogarão Inglaterra x Alemanha pelas 8as de final da Copa, e nós, obviamente, nos misturaremos e torceremos pelo English Team. Dia 29 pela manhã sigo viagem com o Arthur rumo a Viena, enquanto os outros retornam. Lá encontraremos com a Mariana Dias. No dia 1, pela manhã partiremos de trem para Budapeste, onde ficaremos até a manhã do dia 3. Depois de Budapeste vamos novamente de trem para Bratislava, na Eslovaquia! Todo mundo me pergunta: o que é que tem na Eslovaquia?! Na verdade eu também não sei, mas o motivo de ela constar no roteiro é que a Ryanair (companhia aérea que vende passagens na média de 20/30 euros) não opera em Budapeste. Então vamos a Bratislava, que fica bem próximo, e passaremos uma tarde por lá até pegar o avião para Milão.( Aqui também me perguntam: mas o que vais fazer em Milão? Tem tantos lugares melhores na Itália. É, meu plano também não era parar em Milão, mas a Ryanair é que decidiu minha viagem). Então chegaremos a noite em Milão e vamos tentar aproveitar qualquer coisa na noite. No dia seguinte vamos conhecer Verona, ou Lugano (Suiça).Isso vai depender do valor do bilhete do trem. Então no dia 5, pela manhã retornaremos ao Porto. E de lá, Coimbra novamente.
A bagagem já está arrumada. Tanto o mochilão quanto as malas para levar para o Brasil. Isto porque a nossa casinha vai ser entregue dia 30. Então, quando eu voltar à Coimbra já não venho mais para esta casa. Vou dormir a noite do dia 5 e do dia 6 na casa do Nelson. No dia 7 de manhã, eu e Arthur embarcaremos rumo ao Brasil - encerrando assim essa sensacional temporada na Terra do Camões.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Últimos dias...

A segunda-feira correu muito bem, sim senhor! Terminei meu último paper, de direito civil! UFA!
Assisti à primeira parte da goleada de Portugal sobre a Coreia na associação, mais uma vez com a bandeira de Portugal (no meio de várias portugueses sem cores ou bandeiras do seu país). Corri para pegar o mega delicioso almoço de aniversário do Nelson preparado pelos pais dele.
Depois subi de volta pra Faculdade pra falar com minha orientadora, que assinou o formulário de orientação - ou seja, aceitou oficialmente ser minha orientadora e aprovou meu projecto. Na saída fui aos poucos encontrando as pessoas e conversando, conversando, conversando...no bar da faculdade de direito, nas monumentais... quando me dei por conta já eram 10 da noite e eu estava de volta à associação sendo provocado futebolísticamente por meus amigos portugueses. (Já estão bem animados por conta da goleada, e tão a achar que vão ganhar do Brasil. Mas  isso nós veremos na sexta-feira). 
Depois da agradável confraternização e saudável provocação, desci a ladeira da praça da República no rumo de casa...e me ocorreu o pensamento de que daqui há alguns dias aquela ladeira vai deixar de ser parte do meu cotidiano. Não que seja bom subir e descer as ladeiras de Coimbra, mas já é de facto um hábito. 
Nesta quinta começo meu mochilão - tema do próximo post - e quando retornar a Coimbra vai ser por menos de dois dias.(Só vai dar tempo mesmo de pegar as malas e me despedir pela última vez... )
Por isso, hoje acordei com a tarefa de  começar a arrumar minhas malas... como isto é difícil! São muitas lembranças grafadas nestas tralhas...muita coisa se passou desde o 22 de setembro...Mas tem que ser... vamos lá!

Da série "Grandes amigos que fiz em Coimbra " - Final

Marinex, pão de queijo, balãozinho, compressor, catarina, vulgo: Marina.. A ERASMUS mais deslocada do mundo dos ERASMUS, cozinheira da 2a melhor lasanha do mundo (a primeira é a da Mamãe), tornou-se nossa inseparável companheira desde o dia do meu aniversário. Companhia que deu certo! Para conversas sobre a vida, sobre coisas sérias, sobre coisas fúteis e inúteis. Conversas aqui em casa, no msn, e, principalmente, nas escadas da faculdade de Direito. Bons momentos, Marinex... diga pro seu pai que  muito em breve o 'filho perdido' dele vai para o litoral catarinense comer um peixinho assado! 


O Gustavo, policial, trombadinha corinthiano, viadinho, vulgo Minêro: um grande cara. O cdf mais baderneiro que eu conheço, foi motivo de riso pra nós sempre que pôde, seja pelas piadas esdrúxulas, seja pelas marmotas inimagínáveis, seja mesmo pelo sorriso sempre contagiante. E pensar que algum dia na minha vida eu ia ser amigo de um policial corinthiano! As voltas que o mundo dá!



"Ôô BrotheeeRRRR!" Era sempre com esse sotaque carregadíssimo da paulista de Araraquara que começava mais um diálogo absurdo. A minha amiga Natália não é muito provida do juízo, e adivinha quem ela escolheu pra aconselha-la? Eu, claro! E nessa história eu me diverti muito com todas as ligações, diálogos e dilemas!




É com estes três que encerro aqui a minha série de homenagens para as pessoas que eu tive o prazer de conhecer aqui. Conheci outras pessoas também muito bacanas, mas inegavelmente essas que estiveram neste espaço  foram sem dúvidas as mais próximas,e por isso merecem o 'destaque'.
Dizer que vou sentir saudades é ridiculamente redundante....

Da série "Grandes amigos que fiz em Coimbra " - parte V

Sigo esta sessão homenageando um casal arretado, visse?
Nelson e Anne não formam bem o que se pode chamar de casal, como ele próprio diz, em uma de suas frases registradas: "Hômi, isso num é uma mulher não, isso é uma parêa!!!!" 
Certamente foram as duas pessoas com quem mais tempo passamos aqui em Coimbra...era raro passar 2 ou 3 dias sem ver os dois, ou sem aprontar alguma coisa juntos. Sem falar nas peixadas de domingo que sempre o 'papai' Nelson fazia pra gente.Duas pessoas que foram amigas não só pras farras, mas que sempre se colocaram a disposição para ajudar em qualquer problema (inclusive na hora de emprestar o aspirador de pó).Vivemos mesmo muita coisa juntos, se eu fosse narrar aqui acho que nem acabava de escrever. Ainda bem que tem aí muitas fotos para registrar isso pra sempre - muito embora alguns arquivos ficariam melhor se fossem deletados da temível camera do Nelson quando utilizada pela Anne.
Ontem foi o aniversário do Nelson, entregamos a ele um presente e já disse muitas das palavras que eu queria dizer. No mais, é isso...vocês sabem que são cidadãos piauienses honoris caxaça, ops, digo, causa, e eu tenho a certeza que nossa grande amizade não acaba por aqui!

sábado, 19 de junho de 2010

Da série "Grandes amigos que fiz em Coimbra " - parte IV

O post de hoje é mais uma homenagem dupla a pessoas que me marcaram nessa travessia. Ironicamente, as duas vêm do mesmo lugar que eu, ou seja, Teresina - Piauí.
Momó e Naná vieram juntas, mas separadas dos outros 6 piauienses (eu e mais 5) que vieram pro mestrado. Isto por que elas não vieram para fazer mestrado, mas sim para fazer intercâmbio, o famoso e invejável ERASMUS.
Por algumas coincidências do destino acabamos fazendo parte do mesmo grupo, e saindo sempre juntos. E foram pessoas que sempre estiveram presentes na minha vida enquanto estiveram em Coimbra.
A Nayhd - que ninguém nunca pronunciou correctamente o nome e que por isso ficou conhecida como Naná  - foi sempre a fotógrafa do grupo. Não era de falar muito, mas estava sempre ali  com seu jeito doce e com sua maquina fotográfica registrando todas as paisagens e todos nossas estripulias.
A Moema é com certeza uma das mulheres mais inteligentes que eu já conheci na vida. E isso foi a  primeira coisa que me chamou atenção nela. No entanto, não foi só isso: ela é doce, é meiga, é educada, é companheira. Palavras até faltam para dizer a importância que a Moema teve nessa aventura conimbricense. Nos seis meses que ela ficou em Coimbra esteve sempre ao meu lado, sempre, sempre. Foi ela uma das pessoas que mais me deu apoio quando eu mais fraquejei. Esteve ali sempre firme, sempre tentando acalmar os meus impulsos e me fazendo enxergar o lado bom das coisas através da sua filosofia  do "Imagina que podia ser pior".
Guardo lembranças e mais lembranças: da casa da dona Augusta,da fome habitualmente inesgotável, das torradas e das pipocas, do arroz temperado com fialhoza, dos chocolates roubados, da distância na subida das ladeiras, do silêncio cúmplice, da chuva de granizo na ponte do Porto, dos cochilos estratégicos dentro da igreja do Porto e do Casino em Figueira da Foz...
As lembranças não voltam, eu sei. Mas me conforta muito saber que essas pessoas não vão sair da minha vida tão fácil assim, afinal de contas estou voltando pra Teresina :)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A Copa do Mundo nem sempre é nossa...

...mas com brasileiro não há quem possa! Enquanto no Brasil todos meus contactos virtuais só me falam de Copa do Mundo, por aqui é mais ou menos assim:

Saí de casa ontem as 14 horas, enrolado com a bandeira de Portugal, conforme havia prometido para o meu amigo português Diogo Ramalheira. Já nos primeiros passos que dei na rua me senti como um estranho no ninho. Será que me enrolei com a bandeira errada? E certifiquei-me de que era a bandeira portuguesa que estava pendurada às minhas costas. (A bandeira do Brasil tava dobrada debaixo do braço). 
O jogo de Portugal começaria as 15 horas, mas não vi uma única bandeira sequer a tremular. Nenhum carro a buzinar, ninguém vestido com as cores de Portugal; As pessoas na rua caminhavam como se nada estivesse prestes a acontecer. Eu, um brasileiro, era o único transeunte na rua que carregava a bandeira de Portugal. Foi estranho, muito estranho !
Sei que a selecção portuguesa não anda lá muito bem das pernas, mas o time não é ruim. E além do mais, um pouco mais de patriotismo seria muito bem vindo, sim senhor!
Na hora do jogo la estava uma multidão de pessoas sentada nos jardins da Associação Académica, diante de um telão enorme, para ver o empate a zero entre Portugal e Costa do Marfim. Embora eu tenha mesmo torcido por Portugal, fiquei com a impressão de que a Costa do Marfim se mostrou bem mais perigosa, e favorita para avançar à próxima fase.
Ficamos ali na associação por algum tempo até que começasse o jogo do Brasil. Aos poucos os brazucas foram se juntando... camisas, bandeiras, cavaquinho, pandeiro, tamborim, violão...e aí já viu..festa! 
E ali com aqueles brasileiros todos reunidos, separados de sua casa por um enorme oceano, cantamos o  trechinho do hino nacional. E nunca foi tão gostoso cantá-lo, apesar de, vergonhosamente, muita gente não saber fazê-lo. 
O jogo não foi lá grande coisa. O adversário defendeu-se com 11 jogadores e o Brasil não tava muito inspirado. Mas é isto, Copa do mundo nunca é fácil. Estreia sempre é complicado. Não acredito no título, mas acho sim que podemos fazer uma boa campanha.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Gala dos Mestrandos de Ouro e "Grandes amigos que fiz em Coimbra " -parte III

Seguindo a série, sem seguir a regra que eu mesmo tinha criado, dedico algumas linhas deste querido blog aos meus amigos portugueses.
Antes uma introdução sobre a turma de processo declarativo.
Como já aqui disse, os alunos do mestrado matriculam-se em 4 cadeiras, duas obrigatórias ( no meu caso, as de constitucional) e duas optativas. Uma dessas optativas é processo declarativo. Desde o começo as aulas eram fantásticas, porque além de ser sobre um tema que me interessa muito, tínhamos um excelente professor: o Dr. Miguel Mesquita. E assim, com um assunto interessante e um professor aplicado, o ambiente na turma foi se tornando cada vez mais agradável. A ala portuguesa começou a misturar-se com a ala brasileira e o resultado foi um enorme carinho e uma festa pra lá de inesquecível.
No dia 04 de junho fizemos um almoço em homenagem ao Dr. Mesquita, demos a ele um presente e confraternizamos com a malta. Já naquele dia tive uma sensação excelente, por que foi uma coisa bastante agradável, e ver o Dr. Mesquita com lágrimas nos olhos e a sair para dar um abraço em cada aluno foi uma coisa que me marcou. No entanto,a grande surpresa foi o anúncio dos MESTRANDOS DE OURO, idéia criada pela Mariana Dias, Diogo e Ana Couto. As categorias criadas foram: melhor apresentação, melhores intervenções, jovem processualista revelação, mestrando simpatia, melhor mestrando brasileiro e sorrisinhos cúmplices.(A título de informação, fui nomeado para a categoria de 'melhores intervenções' e para a de 'mestrando simpatia' - quem diria hein? Berto Igor e simpatia na mesma frase?!) .A votação foi feita através de formulários e o resultado seria divulgado num churrasco em minha laje.
 
(Nas linhas que seguem,  tento, inutilmente descrever algo indescritível. Tudo que aconteceu não é possível de ser transmitido por meras palavras.)

A maior surpresa era a grande estrutura que conseguimos montar para o evento: palanque, microfones, caixas de som, trilha sonora, iluminação e mais alguns prémios surpresa.

A grande gala se iniciou após o churrasco, quando o sol deu lugar a uma noite agradável e sem chuvas! Os dois apresentadores foram para os camarins e eu anunciei a entrada deles.

Diogo e Mariana estavam a conduzir a cerimónia enquanto eu estava ao lado como responsável pela trilha sonora. Ver a cara de surpresa de toda a gente com aquilo foi impagável. Todos alegres, todos interagindo, dançando, tirando fotos e sorrindo!
Tudo se iniciou com a entrega de diplomas especiais para todos os membros da turma.

Entregaram-se os 3 primeiros prémios, que foram: Melhor apresentação, vencido por Paula Santos; Melhores intervenções, por Diogo Ramalheira e Mestranda simpatia, por Rosangela Zuza.
Daí mais algumas surpresas, que era uma homenagem a tesoureira da festa e leitora de todos os posts deste espaço, Ana Couto, que ganhou uma revista falando de redes sociais (ela que é avessa à facebook e redes do género).
Logo em seguida uma homenagem do Diogo ao seu companheiro de apartamento, Nuno Morna. Uma moldura com todas as citações absurdas que este impagável cidadão fala no dia a dia. O Nuno aliás foi uma grande personagem da festa. Em pé em cima da mureta sempre a dançar e a falar qualquer coisa engraçada! A entrega de mais um prémio surpresa veio logo depois, quando Dayana Azevedo provou que ser fashion também dá direito a prémios!Ponto alto da festa foi também o discurso da Mariana Dias que nos disse que teve suas expectativas superadas, e que o ano de agora foi melhor que o anterior, e muito disso se devia a todos nós.
Continuou a festa de Gala com o prémio de sorrisinhos cúmplices, com a vitória do grupo do Nuno Morna, Mariana Morna e Diogo Ramalheira. Coube ainda um protesto por parte do 2o colocado, grupo formado por Rafael, Ana Amelia, Rosangela e Alice. O Rafael, após a derrota, afirmou ter sido colocado com aquele grupo injustamente, pois ele estava sempre atento às aulas, e não com conversinhas paralelas.



Entre a entrega de um prémio e outro havia sempre alguma coisa que não estava no script, como por exemplo, as falas do Nuno. Numa dessas ele foi ao microfone dizer que o Berto quando ia para a casa tinha que atravessar o Equador e que no hemisfério sul as pessoas ficavam de cabeça para baixo. Falou do meu hábito de praticamente abandonar a mochila e usar a pasta, que provava minha total aculturação portuguesa (A explicação é que só quem usa mochila são os brasileiros. Os portugueses só usam pastas), além de algumas expressões que eu incorporei ao meu vocabulário ("pois", "opá, mas é assim" ). E aí veio a surpresa que eles tinham preparado a mim, que era a entrega do prémio de "brasileiro mais fixe,pá!" Tradução: fixe é o mesmo que massa, bacana. Me pegaram mesmo de surpresa, pois eu achava que estava a par de todos os detalhes da festa, e no script não constava esse prémio. Nem preciso dizer que fiquei muito contente por ter recebido essa homenagem! O prémio é um vinho com um rótulo personalizado com o slogan da festa e o nome de cada vencedor! Genial
Seguiu-se ainda a entrega dos dois últimos prémios, o de "Melhor Mestranda Brasileira", vencido por Alice Iorra e o de "Jovem Processualista Revelação", vencido por Paula Santos (de novo!!!)
Após muitas brincadeiras sempre fora do script, encerramos a festa com uma surpresa, mas desta vez para Diogo, Mariana e todos os portugueses. Fiz um discurso e no final cada brasileiro entregou a um português uma foto da turma com uma dedicatória no verso. Depois disto, pra mim, o grande momento da festa: o abraço colectivo!
Foi uma forma muito simples de homenagear essas pessoas que nos fizeram 'queimar a lingua'.  Creio que isso ficou bastante claro no discurso, mas eu queria deixar isso claro aqui também. Quem leu os meus posts desde o começo sabe bem do que eu tou a falar. No começo não me dei bem com os portugueses, mas agora vou embora de Coimbra com outra impressão deles. São pessoas fechadas, é verdade. Pessoas que demoram mais a se enturmar e demonstrar confiança. Mas os que fizeram parte dessa turma- e mais alguns que conheci aqui e que não vale a pena citar nomes para não correr o risco de esquecer algum-  são pessoas espectaculares, correctas, com um coração "bué imenso" e que nos trataram muito, mas muito bem. E é isto que eu quero levar ao Brasil, na esperança de ver alguns de vocês por lá, e recebê-los na minha casa!

p.s: meus amigos, caso eu tenha esquecido de algum detalhe ou passagem importante, me ajudem nos comentários :)
p.s 2: caso queiram ler o discurso, basta clicar aqui

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Da série "Grandes Amigos que fiz em Coimbra" - parte II

O post de hoje também será uma homenagem dupla a dois grandes amigos. Não segue a ordem cronológica como eu havia dito, mas há uma razão para quebrar essa 'regra'.
Muita gente pode duvidar que uma amizade pra vida toda pode ser feita em apenas 03 meses. Eu também duvidava disso. Em condições normais talvez eu continue duvidando. Mas viver esta experiência não é viver 'em condições normais'. Nas circunstancias que cá vivemos 03 meses são tão intensos quanto uma vida inteira.
Hoje recebemos a ilustre visita de um camarada que fez um pit-stop de menos de 24 horas em Coimbra apenas para nos prestigiar. O carioca foi um grande parceiro que fizemos aqui logo na nossa chegada. Um camarada que logo de cara se identificou conosco "a vera". A disposição pra aproveitar Coimbra, o gosto musical, o gosto pelo futebol, as brincadeiras, palhaçadas,etc. E tudo isso em apenas(!!!) 03 meses, quando ele teve que voltar ao Brasil.
Meu amigo André Bon, você não sabe o quão feliz nos fez com essa visita. No primeiro diálogo que tivemos hoje parece que você nunca tinha saído daqui. Esse carregadíssimo sotaque carioca me soava completamente familiar, como se eu tivesse escutado isso todos os dias depois que você foi embora. Caminhar pelas ruas de Coimbra hoje foi revisitar a história da nossa estada aqui. Mulhéki, tu é foADa Pá Caráálho!

E foi nessa visita, no "churrasco" na nossa laje, que o Gustavo Doutorado (ou Bispo, ou ainda "Fofo") conheceu o André Bon. A curiosidade é que foi também em pouco mais de 3 meses (nesse caso, não nos 03 primeiros, mas nos 03 últimos) que esse cara se tornou pra mim um amigo pra vida toda. Hoje foi a despedida do sergipano, político, professor, aluno de doutorado e autor das ligações mais insanas de Coimbra.("Pu*****!Pu*****!Pu*****") O cara que tinha como objectivo óbvio destruir meu mestrado. É o cara que se identificou não só pela farra e pela folia, mas pela cabeça e por compartilhar o significado da palavra 'batalhar'. Grande companheiro que vou sentir muita falta!
Eu tinha lembranças boas de Aracaju, mas agora tenho um grande motivo pra lá voltar!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Da série grandes amigos que fiz em Coimbra - parte 1

Já falta pouco tempo para ir embora...de facto, pouquíssimo tempo. O espírito de contagem regressiva já se instalou e agora o que resta é curtir as despedidas. Tenho narrado através destes posts toda a minha trajectória na terra do Camões. Então nada mais justo do que fazer aqui uma breve homenagem a todos aqueles que comigo estiveram nessa longa travessia. A sequência de homenagens será determinada pela ordem cronológica que estas pessoas apareceram na minha vida Conimbricense.
Inauguro então a série "Grandes amigos que fiz em Coimbra" com uma homenagem dupla! 
Essa pessoa me cativou logo no 1o dia de aula do Mestrado. Cheguei cedo na sala 14 para assistir a sofrível aula de Direito Civil. (Na altura eu não fazia ideia de quanto eu odiaria essas aulas).Na sala só havia 2 pessoas. Uma delas chegou com um sorriso bastante simpático e já puxando conversa. Com o tradicional "cê também é brasileiro?", iniciou-se o nosso primeiro diálogo, que continuou num almoço após a aula. Além da simpatia a menina tinha também muita história pra contar. Da sua estada em Dublin trabalhando como garçonete, do seu noivado com o "bebê", da sua ideia de fazer o mestrado e depois o doutorado. A mineira simpática chamada Ana Amélia é um doce. Impossível é alguém dizer que não gosta dela. Uma pessoa amável, divertida e com uma cabeça bem aberta. O seu único problema é que é caloteira. Na primeira semana que nos conhecemos ela prometeu preparar um almoço. Já estamos quase a ir embora e até agora nada de almoço! ANA, CUMPRA SUA PROMESSA!
Já na semana seguinte, na mesma aula de Civil, conheci a Professora Rosângela. Não foi muito difícil me aproximar dela. Primeiro porque os brasileiros tendem a se unir. Segundo porque identifiquei aquele sotaque nordestino de longe. E nessa hora o Piaui ficou bem perto do Rio Grande do Norte. A Rosângela, que poucos dias depois já virou "Rô", é uma mãe 24hrs por dia. Além de cuidar do Mateusão (UMA FIGURAÇA de 2 aninhos de idade que me faz quase chorar quando me chama de "tio Berto") e do Wendson (seu marido e sofredor flamenguista), cuidou de todos nós aqui. Sempre lembrando das aulas, dos horários, dos papers. Não podia ver ninguém espirrar ou tossir que já vinha perguntar se tava tudo bem, se queria remédio,etc. A família Zuza Medeiros foi a família mais próxima que tivemos por aqui. E quando se está do outro lado do oceano, isto ajuda muito!
Eu me arrependi amargamente de ter escolhido a cadeira de Direito Civil. Me maldisse todos os dias por ter feito essa opção. Mas quando penso que se eu não tivesse feito esta escolha, eu não teria conhecido vocês, eu vejo que valeu a pena aguentar todas aquelas insuportáveis manhãs de 3a feira! Vocês estão guardadas aqui no meu coração piauiense, meninas! :)

sábado, 5 de junho de 2010

Salamanca, Espanha!

Após o evento no sítio do Dr. Canotilho, aproveitando que já havíamos alugado o carro e percorrido metade do caminho, fomos - Natália (piloto oficial), Eu (co-piloto oficial, apelidado de "Javi"), Gustavo "minêro", Sinara e Isabella - à Salamanca, Espanha.
Minha empolgação para voltar à Espanha era grande. Talvez seja uma questão mesmo de sangue. O facto é que eu gosto da Espanha e gosto dos espanhóis. Talvez seja mesmo minha árvore genealógica falando alto, mas eu me sinto mais em casa lá do que aqui.
Já na entrada de Salamanca vê-se muitas construções na cidade, que é realmente muito bonita. O estilo é como o de Coimbra. Explico: é uma cidade repleta de estudantes, que gira em torno da Universidade, muito respeitada dentro da Europa, símbolo de tradição e transmissão de conhecimento.  Além disso é também banhada pelo Rio Tormes - tal qual Coimbra, banhada pelo rio Mondego. 
No entanto uma diferença logo de cara salta aos olhos: a conservação. Ao contrário de Coimbra - que tem construções belíssimas, porém, em estágio de ruínas - Salamanca conserva muito bem seus prédios: a universidade, a catedral, os mosteiros.
Chegamos por volta das 21 horas e ainda o sol estava a brilhar. Rapidamente nos acomodamos em um albergue e partimos para a rua em busca dos embalos de sábado à noite. Aproveitando o facto de que eu era o que melhor dominava o espanhol no grupo fui abrindo caminho na frente, perguntando o que havia de bom e onde seria. Mas a tarefa não era das mais difíceis. A todo instante éramos abordados por pessoas oferecendo flyers que davam a 1a bebida grátis para as mulheres até certa hora da noite. Até que achamos uma brasileira que nos explicou como funcionava a noite. Muito simples: os bares todos em volta da Plaza Mayor ficam cheios de gente até as 4 da manhã,e o interessante é sair rodando por todos - já que não se cobra a entrada. A partir das 4 toda a gente se dirige a duas boites e a festa vai até de manhã.
Nesta peregrinação pelos bares não havia nenhum com pouca gente! Todos lotados! Achamos um em especial onde passamos boa parte da noite: La chupiteria Bar. Em espanhol, chupito é o mesmo que shot, ou dose. Assim os chupitos de tequila por 1 euro fizeram a cabeça da galera. Ademais, a trilha sonora encaixou uma sequência de Michael Jackson que levou todo mundo ao delírio! E haja pique pra depois ainda ir pra boite, onde o cansaço nos venceu às 6 da manhã.
No dia seguinte acordamos depois do meio-dia e fizemos um tour pela cidade. Como ela é realmente muito pequena, e estávamos de carro, foi fácil conhecer os principais pontos turísticos de Salamanca. Deu até pra brincar de grupo de turistas guiados por uma guia super entendida em história. Fingimos ser um grupo de turistas passando pelas ruas enquanto a Natalia dizia "Mucha atención, señores! Esta puente fué construida por los romanos del siglo XVII durante la invasion de Cisjordânia!" A cara das velhinhas espanholas quando ouviram esse absurdo histórico foi impagável.
Fazia tempo que eu não viajava assim em grupo. Na maioria das vezes viajei sozinho, mas essa realmente foi muito divertida! 
Duro foi voltar pra Coimbra e lembrar que muitas obrigações académicas nos aguardavam!