quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Rumo à Terra do Pai

Primeiramente agradeço aos emocionantes comentários do post anterior. São essas coisas que ainda mantêm o "Na terra" vivo!

Esta madrugada estou embarcando em mais uma viagem pelo mundo. Voo para Brasília as 5 da manhã de hoje. Ficarei na capital brasileira até o dia 13, mais ou menos.
Fico a sexta e o sábado em Brasília, na casa do Flávio, um amigo piauiense cujos pais lá moram. No domingo pela manhã vamos à Goiania, local da prova e cidade de nossa companheira de mestrado Dayana (mais conhecida como "Mestranda Fashion" hehehe). Os planos são de curtir a noite goianiense logo após a prova. Feito isto retornarei a Brasília, onde ficarei alguns dias. Até quinta-feira permaneço na casa do Flávio, quando então ele retorna ao caloroso Piaui. Eu permaneço na capital, mas me mudo para a república da assídua leitora deste espaço, minha amiga Erika. Vou aproveitar essa estadia em Brasília para adiantar minhas pesquisas para a dissertação, tendo em vista que as bibliotecas da capital são famosas pelo seu grande acervo (coisa que não acontece com as bibliotecas piauienses).
Mas a viagem não acaba aí. Aliás, a melhor parte virá depois do dia 13, quando eu estarei embarcando numa verdadeira aventura. Explico: meu pai e meu irmão sairão de Teresina, Piaui, no dia 11 de dezembro deste ano,  rumo à Brasília, localizada a mais ou menos 1600km de distância. a bordo de um chevette 1986. O que? Vocës acham que é longe? Não é nada. A passagem por Brasília nada mais é do que um pit stop, onde eu embarcarei no possante automóvel para seguir mais 2.000km de viagem rumo à Santa Cruz de La Sierra, Bolívia. 
Como muitos já sabem, o "Caballero" do meu sobrenome é de origem boliviana, país em que nasceu o meu pai. Quando eu era "um puto" (como dizem meus amigos "tugas"), fiz esse mesmo trajeto com meu pai. Depois disso fui uma ou duas vezes mais(de avião) à Santa Cruz. O fato é que já são 15 anos sem ver minha querida Avózinha (Mamiiii), e agora que a oportunidade surgiu não posso desperdiçá-la.
O que posso dizer é que estou muitíssimo ansioso por essa viagem, pela aventura e desafio de conseguir percorrer todos esses quilometros num carro tão velho, e pelo reencontro com minha avó, tios e primos que há muito não vejo.
Vou tentar postar ao longo da viagem, se assim for possível. A previsão de chegada em Santa Cruz de La Sierra, segundo os cálculos do piloto, sr. Nicolas  Caballero, é no dia 15 de dezembro. Até lá torçam para tudo correr bem!
 VAMONOS, BOLÍVIA!!!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A vida do lado de cá (ou de lá)

Gostaria de, primeiramente, sem falsa modéstia e sendo um tanto pretensioso, pedir desculpas aos meus 'assíduos' leitores pelos posts que prometi e nunca escrevi. A falta grave tem um motivo: a dor. 
Cada um tem a sua maneira de lidar com a dor da saudade. A minha é tentar evitar, fugir. E durante algum tempo eu abria a página de atualização do blog com o intuito de concluir os posts prometidos, isto é, de terminar o que comecei. Mas por várias e várias vezes, ao fim da primeira linha, o peito me apertava, me doía de saudade de um tempo que não volta mais, e então eu, covardemente, desistia de escreve-los. Durante algum tempo evitei olhar fotografias, ou até mesmo remexer minhas tralhas em busca de coisas que atravessaram o oceano junto comigo no caminho de volta.
Partir e deixar para trás tão intensas ´aventuras´ em terras lusitanas não é nada fácil. Torna-se mais difícil quando me lembro que o que passou, passou. E não voltará. Infelizmente. 
É muito bom estar de volta, estar em casa, e rever mãe, pai, irmão, namorada e amigos. Muito, muito bom poder matar as saudades de todas essas pessoas que torceram para que tudo desse certo, e que me acompanharam através deste nobre blog, ou até mesmo pela força do pensamento. Mas é normal, natural do ser humano estar insatisfeito. Afinal de contas, nunca podemos ter tudo. As pessoas que conheci nessa travessia, e que se tornaram meus verdadeiros irmãos, cúmplices, amigos, ou mesmo colegas, são as que agora me fazem falta na minha vida real. (digo, na minha vida-de-volta). E não existe a certeza que eu tinha com relação à minha mãe, pai, irmão, namorada e amigos, isto é, a certeza de que ia voltar para ve-los todos juntos. A malta de Coimbra se dispersou, e sabe-se lá quando vou ver todos novamente. (Nem sei sequer se vou ver todos novamente). É triste pensar assim, mas é assim que é a vida.
Acho que passado tanto tempo, nao mais faz sentido contar sobre minha eurotrip, nem mesmo fazer um post de despedida ( como eu havia planejado ingenuamente, sem saber que escrever nisto me faria mergulhar nas mais fortes lembranças). Portanto, vou aproveitar minha madrugada de insõnia para contar um pouco de como anda a minha vida por aqui.
Meu retorno correu muito bem. Estavam aqui a minha espera meus entes queridos, que me receberam com o carinho prometido. Passei alguns dias a descansar, tentando me readaptar ao fuso-horário e ao calor, curtindo minha familia, meu namoro e meus amigos.
Passado algum tempo comecei a movimentar-me, pelo menos em pensamento, para decidir o que faria da minha vida profissional, e como dividiria meu tempo, sempre lembrando da dissertação - um longo trabalho a fazer. 
As vezes sinto vontade de sair correndo pro aeroporto e voltar pra Coimbra. Mas aí mergulho na realidade de novo. Eu gosto muito da minha terrinha, e largar tudo e voltar a Coimbra seria só suspender a resolução da minha vida.
No mais, me sinto bem. A saudade dos meus companheiros bate mais forte alguns dias, mas isso é normal. É sinal de que valeu a pena. Muito a pena. Pensei em acabar com o blog, mas a Moema(minha namorada), sempre muito perspicaz, me disse que a aventura só se encerraria quando eu voltasse de Coimbra com meu título de mestre. Por isso vou deixá-lo aberto. De tempos em tempos dou uma entrada nova aqui.

É isso! Muito obrigado! ( E se alguém ainda estiver lendo, peço que comente)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Eurotrip!!!

Depois de todo o mestrado, e de ter ficado em Coimbra a ver navios- observando a galera viajando a Europa inteira- chegou a minha vez! Finalmente vou fazer meu mochilão! Com muito aperto e observando sempre as passagens e os albergues mais baratos, consegui fechar um roteiro de 10 dias que me parece bastante interessante! Viajar pela europa é bem mais barato do que o que os brasileiros podem imaginar, basta ficar atento às companhias aéreas low cost, reservar albergues baratos, e deixar a frescura de lado. Minha viagem toda - incluindo passagens, albergues, alimentação e diversão- vai sair mais barata do que a de alguém que sai de Teresina para passar o carnaval em Salvador, por exemplo.
Saio daqui a pouco de Coimbra, rumo ao Porto, junto com Marina e Gustavo Minêro. Vamos dormir no aeroporto porque o voo para Londres sai às 6 da manhã. Lá chegando encontraremos o Arthur e o Diogo Ramalheira. O primeiro plano para Londres é achar um pub para assistir Portugal vs Brasil. No domingo, 27, jogarão Inglaterra x Alemanha pelas 8as de final da Copa, e nós, obviamente, nos misturaremos e torceremos pelo English Team. Dia 29 pela manhã sigo viagem com o Arthur rumo a Viena, enquanto os outros retornam. Lá encontraremos com a Mariana Dias. No dia 1, pela manhã partiremos de trem para Budapeste, onde ficaremos até a manhã do dia 3. Depois de Budapeste vamos novamente de trem para Bratislava, na Eslovaquia! Todo mundo me pergunta: o que é que tem na Eslovaquia?! Na verdade eu também não sei, mas o motivo de ela constar no roteiro é que a Ryanair (companhia aérea que vende passagens na média de 20/30 euros) não opera em Budapeste. Então vamos a Bratislava, que fica bem próximo, e passaremos uma tarde por lá até pegar o avião para Milão.( Aqui também me perguntam: mas o que vais fazer em Milão? Tem tantos lugares melhores na Itália. É, meu plano também não era parar em Milão, mas a Ryanair é que decidiu minha viagem). Então chegaremos a noite em Milão e vamos tentar aproveitar qualquer coisa na noite. No dia seguinte vamos conhecer Verona, ou Lugano (Suiça).Isso vai depender do valor do bilhete do trem. Então no dia 5, pela manhã retornaremos ao Porto. E de lá, Coimbra novamente.
A bagagem já está arrumada. Tanto o mochilão quanto as malas para levar para o Brasil. Isto porque a nossa casinha vai ser entregue dia 30. Então, quando eu voltar à Coimbra já não venho mais para esta casa. Vou dormir a noite do dia 5 e do dia 6 na casa do Nelson. No dia 7 de manhã, eu e Arthur embarcaremos rumo ao Brasil - encerrando assim essa sensacional temporada na Terra do Camões.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Últimos dias...

A segunda-feira correu muito bem, sim senhor! Terminei meu último paper, de direito civil! UFA!
Assisti à primeira parte da goleada de Portugal sobre a Coreia na associação, mais uma vez com a bandeira de Portugal (no meio de várias portugueses sem cores ou bandeiras do seu país). Corri para pegar o mega delicioso almoço de aniversário do Nelson preparado pelos pais dele.
Depois subi de volta pra Faculdade pra falar com minha orientadora, que assinou o formulário de orientação - ou seja, aceitou oficialmente ser minha orientadora e aprovou meu projecto. Na saída fui aos poucos encontrando as pessoas e conversando, conversando, conversando...no bar da faculdade de direito, nas monumentais... quando me dei por conta já eram 10 da noite e eu estava de volta à associação sendo provocado futebolísticamente por meus amigos portugueses. (Já estão bem animados por conta da goleada, e tão a achar que vão ganhar do Brasil. Mas  isso nós veremos na sexta-feira). 
Depois da agradável confraternização e saudável provocação, desci a ladeira da praça da República no rumo de casa...e me ocorreu o pensamento de que daqui há alguns dias aquela ladeira vai deixar de ser parte do meu cotidiano. Não que seja bom subir e descer as ladeiras de Coimbra, mas já é de facto um hábito. 
Nesta quinta começo meu mochilão - tema do próximo post - e quando retornar a Coimbra vai ser por menos de dois dias.(Só vai dar tempo mesmo de pegar as malas e me despedir pela última vez... )
Por isso, hoje acordei com a tarefa de  começar a arrumar minhas malas... como isto é difícil! São muitas lembranças grafadas nestas tralhas...muita coisa se passou desde o 22 de setembro...Mas tem que ser... vamos lá!

Da série "Grandes amigos que fiz em Coimbra " - Final

Marinex, pão de queijo, balãozinho, compressor, catarina, vulgo: Marina.. A ERASMUS mais deslocada do mundo dos ERASMUS, cozinheira da 2a melhor lasanha do mundo (a primeira é a da Mamãe), tornou-se nossa inseparável companheira desde o dia do meu aniversário. Companhia que deu certo! Para conversas sobre a vida, sobre coisas sérias, sobre coisas fúteis e inúteis. Conversas aqui em casa, no msn, e, principalmente, nas escadas da faculdade de Direito. Bons momentos, Marinex... diga pro seu pai que  muito em breve o 'filho perdido' dele vai para o litoral catarinense comer um peixinho assado! 


O Gustavo, policial, trombadinha corinthiano, viadinho, vulgo Minêro: um grande cara. O cdf mais baderneiro que eu conheço, foi motivo de riso pra nós sempre que pôde, seja pelas piadas esdrúxulas, seja pelas marmotas inimagínáveis, seja mesmo pelo sorriso sempre contagiante. E pensar que algum dia na minha vida eu ia ser amigo de um policial corinthiano! As voltas que o mundo dá!



"Ôô BrotheeeRRRR!" Era sempre com esse sotaque carregadíssimo da paulista de Araraquara que começava mais um diálogo absurdo. A minha amiga Natália não é muito provida do juízo, e adivinha quem ela escolheu pra aconselha-la? Eu, claro! E nessa história eu me diverti muito com todas as ligações, diálogos e dilemas!




É com estes três que encerro aqui a minha série de homenagens para as pessoas que eu tive o prazer de conhecer aqui. Conheci outras pessoas também muito bacanas, mas inegavelmente essas que estiveram neste espaço  foram sem dúvidas as mais próximas,e por isso merecem o 'destaque'.
Dizer que vou sentir saudades é ridiculamente redundante....

Da série "Grandes amigos que fiz em Coimbra " - parte V

Sigo esta sessão homenageando um casal arretado, visse?
Nelson e Anne não formam bem o que se pode chamar de casal, como ele próprio diz, em uma de suas frases registradas: "Hômi, isso num é uma mulher não, isso é uma parêa!!!!" 
Certamente foram as duas pessoas com quem mais tempo passamos aqui em Coimbra...era raro passar 2 ou 3 dias sem ver os dois, ou sem aprontar alguma coisa juntos. Sem falar nas peixadas de domingo que sempre o 'papai' Nelson fazia pra gente.Duas pessoas que foram amigas não só pras farras, mas que sempre se colocaram a disposição para ajudar em qualquer problema (inclusive na hora de emprestar o aspirador de pó).Vivemos mesmo muita coisa juntos, se eu fosse narrar aqui acho que nem acabava de escrever. Ainda bem que tem aí muitas fotos para registrar isso pra sempre - muito embora alguns arquivos ficariam melhor se fossem deletados da temível camera do Nelson quando utilizada pela Anne.
Ontem foi o aniversário do Nelson, entregamos a ele um presente e já disse muitas das palavras que eu queria dizer. No mais, é isso...vocês sabem que são cidadãos piauienses honoris caxaça, ops, digo, causa, e eu tenho a certeza que nossa grande amizade não acaba por aqui!

sábado, 19 de junho de 2010

Da série "Grandes amigos que fiz em Coimbra " - parte IV

O post de hoje é mais uma homenagem dupla a pessoas que me marcaram nessa travessia. Ironicamente, as duas vêm do mesmo lugar que eu, ou seja, Teresina - Piauí.
Momó e Naná vieram juntas, mas separadas dos outros 6 piauienses (eu e mais 5) que vieram pro mestrado. Isto por que elas não vieram para fazer mestrado, mas sim para fazer intercâmbio, o famoso e invejável ERASMUS.
Por algumas coincidências do destino acabamos fazendo parte do mesmo grupo, e saindo sempre juntos. E foram pessoas que sempre estiveram presentes na minha vida enquanto estiveram em Coimbra.
A Nayhd - que ninguém nunca pronunciou correctamente o nome e que por isso ficou conhecida como Naná  - foi sempre a fotógrafa do grupo. Não era de falar muito, mas estava sempre ali  com seu jeito doce e com sua maquina fotográfica registrando todas as paisagens e todos nossas estripulias.
A Moema é com certeza uma das mulheres mais inteligentes que eu já conheci na vida. E isso foi a  primeira coisa que me chamou atenção nela. No entanto, não foi só isso: ela é doce, é meiga, é educada, é companheira. Palavras até faltam para dizer a importância que a Moema teve nessa aventura conimbricense. Nos seis meses que ela ficou em Coimbra esteve sempre ao meu lado, sempre, sempre. Foi ela uma das pessoas que mais me deu apoio quando eu mais fraquejei. Esteve ali sempre firme, sempre tentando acalmar os meus impulsos e me fazendo enxergar o lado bom das coisas através da sua filosofia  do "Imagina que podia ser pior".
Guardo lembranças e mais lembranças: da casa da dona Augusta,da fome habitualmente inesgotável, das torradas e das pipocas, do arroz temperado com fialhoza, dos chocolates roubados, da distância na subida das ladeiras, do silêncio cúmplice, da chuva de granizo na ponte do Porto, dos cochilos estratégicos dentro da igreja do Porto e do Casino em Figueira da Foz...
As lembranças não voltam, eu sei. Mas me conforta muito saber que essas pessoas não vão sair da minha vida tão fácil assim, afinal de contas estou voltando pra Teresina :)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A Copa do Mundo nem sempre é nossa...

...mas com brasileiro não há quem possa! Enquanto no Brasil todos meus contactos virtuais só me falam de Copa do Mundo, por aqui é mais ou menos assim:

Saí de casa ontem as 14 horas, enrolado com a bandeira de Portugal, conforme havia prometido para o meu amigo português Diogo Ramalheira. Já nos primeiros passos que dei na rua me senti como um estranho no ninho. Será que me enrolei com a bandeira errada? E certifiquei-me de que era a bandeira portuguesa que estava pendurada às minhas costas. (A bandeira do Brasil tava dobrada debaixo do braço). 
O jogo de Portugal começaria as 15 horas, mas não vi uma única bandeira sequer a tremular. Nenhum carro a buzinar, ninguém vestido com as cores de Portugal; As pessoas na rua caminhavam como se nada estivesse prestes a acontecer. Eu, um brasileiro, era o único transeunte na rua que carregava a bandeira de Portugal. Foi estranho, muito estranho !
Sei que a selecção portuguesa não anda lá muito bem das pernas, mas o time não é ruim. E além do mais, um pouco mais de patriotismo seria muito bem vindo, sim senhor!
Na hora do jogo la estava uma multidão de pessoas sentada nos jardins da Associação Académica, diante de um telão enorme, para ver o empate a zero entre Portugal e Costa do Marfim. Embora eu tenha mesmo torcido por Portugal, fiquei com a impressão de que a Costa do Marfim se mostrou bem mais perigosa, e favorita para avançar à próxima fase.
Ficamos ali na associação por algum tempo até que começasse o jogo do Brasil. Aos poucos os brazucas foram se juntando... camisas, bandeiras, cavaquinho, pandeiro, tamborim, violão...e aí já viu..festa! 
E ali com aqueles brasileiros todos reunidos, separados de sua casa por um enorme oceano, cantamos o  trechinho do hino nacional. E nunca foi tão gostoso cantá-lo, apesar de, vergonhosamente, muita gente não saber fazê-lo. 
O jogo não foi lá grande coisa. O adversário defendeu-se com 11 jogadores e o Brasil não tava muito inspirado. Mas é isto, Copa do mundo nunca é fácil. Estreia sempre é complicado. Não acredito no título, mas acho sim que podemos fazer uma boa campanha.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Gala dos Mestrandos de Ouro e "Grandes amigos que fiz em Coimbra " -parte III

Seguindo a série, sem seguir a regra que eu mesmo tinha criado, dedico algumas linhas deste querido blog aos meus amigos portugueses.
Antes uma introdução sobre a turma de processo declarativo.
Como já aqui disse, os alunos do mestrado matriculam-se em 4 cadeiras, duas obrigatórias ( no meu caso, as de constitucional) e duas optativas. Uma dessas optativas é processo declarativo. Desde o começo as aulas eram fantásticas, porque além de ser sobre um tema que me interessa muito, tínhamos um excelente professor: o Dr. Miguel Mesquita. E assim, com um assunto interessante e um professor aplicado, o ambiente na turma foi se tornando cada vez mais agradável. A ala portuguesa começou a misturar-se com a ala brasileira e o resultado foi um enorme carinho e uma festa pra lá de inesquecível.
No dia 04 de junho fizemos um almoço em homenagem ao Dr. Mesquita, demos a ele um presente e confraternizamos com a malta. Já naquele dia tive uma sensação excelente, por que foi uma coisa bastante agradável, e ver o Dr. Mesquita com lágrimas nos olhos e a sair para dar um abraço em cada aluno foi uma coisa que me marcou. No entanto,a grande surpresa foi o anúncio dos MESTRANDOS DE OURO, idéia criada pela Mariana Dias, Diogo e Ana Couto. As categorias criadas foram: melhor apresentação, melhores intervenções, jovem processualista revelação, mestrando simpatia, melhor mestrando brasileiro e sorrisinhos cúmplices.(A título de informação, fui nomeado para a categoria de 'melhores intervenções' e para a de 'mestrando simpatia' - quem diria hein? Berto Igor e simpatia na mesma frase?!) .A votação foi feita através de formulários e o resultado seria divulgado num churrasco em minha laje.
 
(Nas linhas que seguem,  tento, inutilmente descrever algo indescritível. Tudo que aconteceu não é possível de ser transmitido por meras palavras.)

A maior surpresa era a grande estrutura que conseguimos montar para o evento: palanque, microfones, caixas de som, trilha sonora, iluminação e mais alguns prémios surpresa.

A grande gala se iniciou após o churrasco, quando o sol deu lugar a uma noite agradável e sem chuvas! Os dois apresentadores foram para os camarins e eu anunciei a entrada deles.

Diogo e Mariana estavam a conduzir a cerimónia enquanto eu estava ao lado como responsável pela trilha sonora. Ver a cara de surpresa de toda a gente com aquilo foi impagável. Todos alegres, todos interagindo, dançando, tirando fotos e sorrindo!
Tudo se iniciou com a entrega de diplomas especiais para todos os membros da turma.

Entregaram-se os 3 primeiros prémios, que foram: Melhor apresentação, vencido por Paula Santos; Melhores intervenções, por Diogo Ramalheira e Mestranda simpatia, por Rosangela Zuza.
Daí mais algumas surpresas, que era uma homenagem a tesoureira da festa e leitora de todos os posts deste espaço, Ana Couto, que ganhou uma revista falando de redes sociais (ela que é avessa à facebook e redes do género).
Logo em seguida uma homenagem do Diogo ao seu companheiro de apartamento, Nuno Morna. Uma moldura com todas as citações absurdas que este impagável cidadão fala no dia a dia. O Nuno aliás foi uma grande personagem da festa. Em pé em cima da mureta sempre a dançar e a falar qualquer coisa engraçada! A entrega de mais um prémio surpresa veio logo depois, quando Dayana Azevedo provou que ser fashion também dá direito a prémios!Ponto alto da festa foi também o discurso da Mariana Dias que nos disse que teve suas expectativas superadas, e que o ano de agora foi melhor que o anterior, e muito disso se devia a todos nós.
Continuou a festa de Gala com o prémio de sorrisinhos cúmplices, com a vitória do grupo do Nuno Morna, Mariana Morna e Diogo Ramalheira. Coube ainda um protesto por parte do 2o colocado, grupo formado por Rafael, Ana Amelia, Rosangela e Alice. O Rafael, após a derrota, afirmou ter sido colocado com aquele grupo injustamente, pois ele estava sempre atento às aulas, e não com conversinhas paralelas.



Entre a entrega de um prémio e outro havia sempre alguma coisa que não estava no script, como por exemplo, as falas do Nuno. Numa dessas ele foi ao microfone dizer que o Berto quando ia para a casa tinha que atravessar o Equador e que no hemisfério sul as pessoas ficavam de cabeça para baixo. Falou do meu hábito de praticamente abandonar a mochila e usar a pasta, que provava minha total aculturação portuguesa (A explicação é que só quem usa mochila são os brasileiros. Os portugueses só usam pastas), além de algumas expressões que eu incorporei ao meu vocabulário ("pois", "opá, mas é assim" ). E aí veio a surpresa que eles tinham preparado a mim, que era a entrega do prémio de "brasileiro mais fixe,pá!" Tradução: fixe é o mesmo que massa, bacana. Me pegaram mesmo de surpresa, pois eu achava que estava a par de todos os detalhes da festa, e no script não constava esse prémio. Nem preciso dizer que fiquei muito contente por ter recebido essa homenagem! O prémio é um vinho com um rótulo personalizado com o slogan da festa e o nome de cada vencedor! Genial
Seguiu-se ainda a entrega dos dois últimos prémios, o de "Melhor Mestranda Brasileira", vencido por Alice Iorra e o de "Jovem Processualista Revelação", vencido por Paula Santos (de novo!!!)
Após muitas brincadeiras sempre fora do script, encerramos a festa com uma surpresa, mas desta vez para Diogo, Mariana e todos os portugueses. Fiz um discurso e no final cada brasileiro entregou a um português uma foto da turma com uma dedicatória no verso. Depois disto, pra mim, o grande momento da festa: o abraço colectivo!
Foi uma forma muito simples de homenagear essas pessoas que nos fizeram 'queimar a lingua'.  Creio que isso ficou bastante claro no discurso, mas eu queria deixar isso claro aqui também. Quem leu os meus posts desde o começo sabe bem do que eu tou a falar. No começo não me dei bem com os portugueses, mas agora vou embora de Coimbra com outra impressão deles. São pessoas fechadas, é verdade. Pessoas que demoram mais a se enturmar e demonstrar confiança. Mas os que fizeram parte dessa turma- e mais alguns que conheci aqui e que não vale a pena citar nomes para não correr o risco de esquecer algum-  são pessoas espectaculares, correctas, com um coração "bué imenso" e que nos trataram muito, mas muito bem. E é isto que eu quero levar ao Brasil, na esperança de ver alguns de vocês por lá, e recebê-los na minha casa!

p.s: meus amigos, caso eu tenha esquecido de algum detalhe ou passagem importante, me ajudem nos comentários :)
p.s 2: caso queiram ler o discurso, basta clicar aqui

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Da série "Grandes Amigos que fiz em Coimbra" - parte II

O post de hoje também será uma homenagem dupla a dois grandes amigos. Não segue a ordem cronológica como eu havia dito, mas há uma razão para quebrar essa 'regra'.
Muita gente pode duvidar que uma amizade pra vida toda pode ser feita em apenas 03 meses. Eu também duvidava disso. Em condições normais talvez eu continue duvidando. Mas viver esta experiência não é viver 'em condições normais'. Nas circunstancias que cá vivemos 03 meses são tão intensos quanto uma vida inteira.
Hoje recebemos a ilustre visita de um camarada que fez um pit-stop de menos de 24 horas em Coimbra apenas para nos prestigiar. O carioca foi um grande parceiro que fizemos aqui logo na nossa chegada. Um camarada que logo de cara se identificou conosco "a vera". A disposição pra aproveitar Coimbra, o gosto musical, o gosto pelo futebol, as brincadeiras, palhaçadas,etc. E tudo isso em apenas(!!!) 03 meses, quando ele teve que voltar ao Brasil.
Meu amigo André Bon, você não sabe o quão feliz nos fez com essa visita. No primeiro diálogo que tivemos hoje parece que você nunca tinha saído daqui. Esse carregadíssimo sotaque carioca me soava completamente familiar, como se eu tivesse escutado isso todos os dias depois que você foi embora. Caminhar pelas ruas de Coimbra hoje foi revisitar a história da nossa estada aqui. Mulhéki, tu é foADa Pá Caráálho!

E foi nessa visita, no "churrasco" na nossa laje, que o Gustavo Doutorado (ou Bispo, ou ainda "Fofo") conheceu o André Bon. A curiosidade é que foi também em pouco mais de 3 meses (nesse caso, não nos 03 primeiros, mas nos 03 últimos) que esse cara se tornou pra mim um amigo pra vida toda. Hoje foi a despedida do sergipano, político, professor, aluno de doutorado e autor das ligações mais insanas de Coimbra.("Pu*****!Pu*****!Pu*****") O cara que tinha como objectivo óbvio destruir meu mestrado. É o cara que se identificou não só pela farra e pela folia, mas pela cabeça e por compartilhar o significado da palavra 'batalhar'. Grande companheiro que vou sentir muita falta!
Eu tinha lembranças boas de Aracaju, mas agora tenho um grande motivo pra lá voltar!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Da série grandes amigos que fiz em Coimbra - parte 1

Já falta pouco tempo para ir embora...de facto, pouquíssimo tempo. O espírito de contagem regressiva já se instalou e agora o que resta é curtir as despedidas. Tenho narrado através destes posts toda a minha trajectória na terra do Camões. Então nada mais justo do que fazer aqui uma breve homenagem a todos aqueles que comigo estiveram nessa longa travessia. A sequência de homenagens será determinada pela ordem cronológica que estas pessoas apareceram na minha vida Conimbricense.
Inauguro então a série "Grandes amigos que fiz em Coimbra" com uma homenagem dupla! 
Essa pessoa me cativou logo no 1o dia de aula do Mestrado. Cheguei cedo na sala 14 para assistir a sofrível aula de Direito Civil. (Na altura eu não fazia ideia de quanto eu odiaria essas aulas).Na sala só havia 2 pessoas. Uma delas chegou com um sorriso bastante simpático e já puxando conversa. Com o tradicional "cê também é brasileiro?", iniciou-se o nosso primeiro diálogo, que continuou num almoço após a aula. Além da simpatia a menina tinha também muita história pra contar. Da sua estada em Dublin trabalhando como garçonete, do seu noivado com o "bebê", da sua ideia de fazer o mestrado e depois o doutorado. A mineira simpática chamada Ana Amélia é um doce. Impossível é alguém dizer que não gosta dela. Uma pessoa amável, divertida e com uma cabeça bem aberta. O seu único problema é que é caloteira. Na primeira semana que nos conhecemos ela prometeu preparar um almoço. Já estamos quase a ir embora e até agora nada de almoço! ANA, CUMPRA SUA PROMESSA!
Já na semana seguinte, na mesma aula de Civil, conheci a Professora Rosângela. Não foi muito difícil me aproximar dela. Primeiro porque os brasileiros tendem a se unir. Segundo porque identifiquei aquele sotaque nordestino de longe. E nessa hora o Piaui ficou bem perto do Rio Grande do Norte. A Rosângela, que poucos dias depois já virou "Rô", é uma mãe 24hrs por dia. Além de cuidar do Mateusão (UMA FIGURAÇA de 2 aninhos de idade que me faz quase chorar quando me chama de "tio Berto") e do Wendson (seu marido e sofredor flamenguista), cuidou de todos nós aqui. Sempre lembrando das aulas, dos horários, dos papers. Não podia ver ninguém espirrar ou tossir que já vinha perguntar se tava tudo bem, se queria remédio,etc. A família Zuza Medeiros foi a família mais próxima que tivemos por aqui. E quando se está do outro lado do oceano, isto ajuda muito!
Eu me arrependi amargamente de ter escolhido a cadeira de Direito Civil. Me maldisse todos os dias por ter feito essa opção. Mas quando penso que se eu não tivesse feito esta escolha, eu não teria conhecido vocês, eu vejo que valeu a pena aguentar todas aquelas insuportáveis manhãs de 3a feira! Vocês estão guardadas aqui no meu coração piauiense, meninas! :)

sábado, 5 de junho de 2010

Salamanca, Espanha!

Após o evento no sítio do Dr. Canotilho, aproveitando que já havíamos alugado o carro e percorrido metade do caminho, fomos - Natália (piloto oficial), Eu (co-piloto oficial, apelidado de "Javi"), Gustavo "minêro", Sinara e Isabella - à Salamanca, Espanha.
Minha empolgação para voltar à Espanha era grande. Talvez seja uma questão mesmo de sangue. O facto é que eu gosto da Espanha e gosto dos espanhóis. Talvez seja mesmo minha árvore genealógica falando alto, mas eu me sinto mais em casa lá do que aqui.
Já na entrada de Salamanca vê-se muitas construções na cidade, que é realmente muito bonita. O estilo é como o de Coimbra. Explico: é uma cidade repleta de estudantes, que gira em torno da Universidade, muito respeitada dentro da Europa, símbolo de tradição e transmissão de conhecimento.  Além disso é também banhada pelo Rio Tormes - tal qual Coimbra, banhada pelo rio Mondego. 
No entanto uma diferença logo de cara salta aos olhos: a conservação. Ao contrário de Coimbra - que tem construções belíssimas, porém, em estágio de ruínas - Salamanca conserva muito bem seus prédios: a universidade, a catedral, os mosteiros.
Chegamos por volta das 21 horas e ainda o sol estava a brilhar. Rapidamente nos acomodamos em um albergue e partimos para a rua em busca dos embalos de sábado à noite. Aproveitando o facto de que eu era o que melhor dominava o espanhol no grupo fui abrindo caminho na frente, perguntando o que havia de bom e onde seria. Mas a tarefa não era das mais difíceis. A todo instante éramos abordados por pessoas oferecendo flyers que davam a 1a bebida grátis para as mulheres até certa hora da noite. Até que achamos uma brasileira que nos explicou como funcionava a noite. Muito simples: os bares todos em volta da Plaza Mayor ficam cheios de gente até as 4 da manhã,e o interessante é sair rodando por todos - já que não se cobra a entrada. A partir das 4 toda a gente se dirige a duas boites e a festa vai até de manhã.
Nesta peregrinação pelos bares não havia nenhum com pouca gente! Todos lotados! Achamos um em especial onde passamos boa parte da noite: La chupiteria Bar. Em espanhol, chupito é o mesmo que shot, ou dose. Assim os chupitos de tequila por 1 euro fizeram a cabeça da galera. Ademais, a trilha sonora encaixou uma sequência de Michael Jackson que levou todo mundo ao delírio! E haja pique pra depois ainda ir pra boite, onde o cansaço nos venceu às 6 da manhã.
No dia seguinte acordamos depois do meio-dia e fizemos um tour pela cidade. Como ela é realmente muito pequena, e estávamos de carro, foi fácil conhecer os principais pontos turísticos de Salamanca. Deu até pra brincar de grupo de turistas guiados por uma guia super entendida em história. Fingimos ser um grupo de turistas passando pelas ruas enquanto a Natalia dizia "Mucha atención, señores! Esta puente fué construida por los romanos del siglo XVII durante la invasion de Cisjordânia!" A cara das velhinhas espanholas quando ouviram esse absurdo histórico foi impagável.
Fazia tempo que eu não viajava assim em grupo. Na maioria das vezes viajei sozinho, mas essa realmente foi muito divertida! 
Duro foi voltar pra Coimbra e lembrar que muitas obrigações académicas nos aguardavam!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Na terra do Canotilho

Nota introdutória: Sei que alguns leitores assíduos (depois de tanto tempo e de tantos posts, tenho orgulho  e o prazer de dizer que o "Na terra do Camões" conta com alguns 'assinantes') não são da área jurídica e nunca ouviram falar em Canotilho. Pois bem, pra facilitar bastante as coisas vou usar uma analogia universal: o futebol. J.J. Gomes Canotilho está para o direito constitucional assim como Cristiano Ronaldo  está para o futebol mundial.(podia ter usado outros nomes, mas vai esse por serem ambos lusitanos). Então imaginem que eu sou um jogador do River-PI que teve a oportunidade de conhecer de perto o Cristiano Ronaldo...
O stress foi grande quando o Dr. Canotilho comunicou à turma que exigiria uma segunda rodada de apresentações (via de regra, aqui na Univ. de Coimbra, os professores exigem uma apresentação por semestre). O stress foi maior ainda quando ele avisou subitamente que o prazo de entrega do seu paper seria dia 07 de junho (o detalhe é que ele nos comunicou isso no dia 25 de maio, portanto a menos de 2 semanas de antecedência). 
E lá fomos nós, todos num misto de stress e expectativa, para o sítio do Dr. Canotilho em Pinhel, sua terra natal (200km de Coimbra). Como ele tinha feito uma exigência explícita pelo cumprimento pontual do horário, acordamos bem cedo. As 6 e 45 estávamos saindo de Coimbra, guiados por nosso piloto de fuga, Natália Zampieri. (minha brother paulista). No carro já as conversas davam a prévia de quão perfeito seria aquele dia. "Será que ele vai nos mostrar as fotos de quando era criança? Será que ele vai nos mostrar a biblioteca dele?"  Comédia pura. A  precaução  com o cumprimento do horário foi tão grande que chegamos com 1hora e meia de antecedência ao ponto de encontro, tanto que deu tempo até pra tomar um 'cafézinho' no meio do caminho!
Depois que toda turma se reuniu no ponto de encontro o Dr. Canotilho foi nos buscar para nos levar até seu sitio. E ai começamos aquela que seria a sua última aula para alunos da Universidade de Coimbra, tendo em conta sua aposentadoria - sim, eu participei da última turma de alunos de J.J.Gomes Canotilho. Apesar de nem todas as pessoas terem falado, a aula demorou bastante, cerca de 03 horas. Depois da aula começaram as surpresas: entregamos a ele uma caneta que compramos, a colega Patricia (curitibana) fez o discurso e o Emanuel (Piaui) completou. E o homem ficou visivelmente emocionado. No seu agradecimento disse que o ponto chave para ser bem sucedido na carreira do magistério é respeitar os alunos, porque aquilo que um professor recebe de seus alunos é sempre maior do que aquilo que ele dá a eles. 
Depois do almoço então ele nos levou a adega cooperativa de Pinhel, grande produtora de vinho de Portugal. Lá degustamos vinhos e ganhamos um vinho que leva o seu nome! Demos voltas pelas agradáveis ruelas de Pinhel, guiados pelo Dr. Canotilho, que ia nos contando histórias de sua infância.
Quando todos achavam que tudo já tinha valido a pena e que era hora de ir embora, a maior surpresa do dia. A esposa dele havia organizado um livro intitulado "Admirar os outros", que coletava vários discursos e cartas escritas pelo Dr. Canotilho em homenagem a outras pessoas. Quem quiser comprar esse livro não vai conseguir: é uma edição limitada de 500 exemplares e não está a venda. Mas todos os presentes ganharam um, devidamente autografado.
E foi com a leitura de alguns trechos que se encerrou a inesquecível visita. Aquele foi o dia que eu pensei que a decisão de ter vindo pra cá valeu a pena, ainda que tudo tivesse dado errado (o que felizmente não aconteceu).
Acima do Canotilho personalidade (professor, jurista, escritor, político, etc) descobrimos o Canotilho pessoa: infinitamente cortez, atencioso, apegado à sua terra, à sua família, à sua história. Um homem que  mesmo  com 60 e tantos anos conserva o olhar de menino(como bem observou o Emanuel);  que nos abriu as portas de sua casa, que se despiu de toda a armadura profissional que veste para tratar de igual para igual reles 'Zé-Ninguém' quando comparados a ele.
Obrigado Dr. J.J. Gomes Canotilho, por, com gestos simples e nobres, tornar nosso dia tão especial e inesquecível.

E claro, obrigado Mamae, Papai e Manim: sem vocês eu sequer teria atravessado o oceano!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Lisboa

Como disse no post anterior, fui à Lisboa com o pretexto de assistir o show do Metallica. Como ainda não conhecia a capital portuguesa resolvi esticar minha permanência por dois dias e conferir o que havia de bom na cidade.
Logo que desci do comboio na estação de Oriente, tive a primeira - e boa - impressão de Lisboa: o cheiro de cidade grande. A estação é enorme, com gente passando freneticamente de um lado para o outro.Indo ao local do show - passamos por dentro de um shopping e então chegamos ao Parque das Nações, onde fica situado o Pavilhão Atlântico - já deu pra notar a grande diferença entre Lisboa e Coimbra: gente "normal".  Em Coimbra é muito raro ver uma família caminhando na rua, por exemplo. Depois de 8 meses nas ruas de Coimbra você se habitua a ver estudantes e mais estudantes por todas as partes. Cansa de ver os portugueses vestindo seus trajes à la Harry Potter. Em Lisboa vi gente que praticamente não vejo em Coimbra: operários, executivos, família. Além disso, muita confusão: multidão, buzina, trânsito, barulho ... Eu tava mesmo com saudade disso tudo!
Lisboa é uma cidade mesmo muito bonita, e que condensa ao seu redor praticamente todas as paisagens de Portugal: tem praias,castelos e mosteiros, tem grandes catedrais,  muita história e tradição. Mas me parece que a principal marca e, consequentemente, maior orgulho da cidade - fora os monumentos em homenagem ao Marquês de Pombal, que foi o grande responsável pela restauração de Lisboa após um terremoto que devastou a cidade no séc. XVIII - é o belíssimo rio Tejo
O rio Tejo nasce no centro da Espanha, mas é no litoral lisboeta que ele vem desaguar. O belo Tejo banha praticamente toda a Lisboa - pelo menos toda a parte que conheci. Foi através do Tejo que os portugueses atingiram a América, as Índias e o Mundo. Daí vem todo o encanto e fascínio dos lusitanos para com esse rio. Conhecer o Tejo é inevitavelmente remeter à nosso passado, à nossa história. É imaginar que foi daquele rio que 1500 homens partiram em 10 naus e 3 caravelas,  lideradas por Pedro Álvares Cabral,  e alcançaram acidentalmente (tenho minhas dúvidas) a Ilha de Vera Cruz.  É fascinante olhar o Tejo e não saber qual é sua verdadeira extensão, não saber onde termina o rio e onde começa o mar.

Em Belém,situada à margem direita do Tejo, além de sua famosa Torre, e do delicioso pastel, encontramos o monumento do Padrão dos Descobrimentos. No chão há uma inscrição que me chamou bastante atenção e que descobri depois tratar-se de um poema de Alberto Caeiro, um dos heterônimos do lisboeta Fernando Pessoa, intitulado O Tejo é o mais belo, cujo trecho transcrevo agora:
"Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram."
Tenho que concordar com o Sr, Sr. Pessoa: muito afortunados foram os portugueses por encontrarem a nossa Ilha de Vera Cruz. Pena terem gerido tão mal a fortuna que encontraram.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

I still alive



O ingresso já estava comprado desde Dezembro do ano que passou. Lembro-me que foi o meu presente de Natal. Um Natal frio e triste, completamente diferente dessa primavera - que já posso dizer que é com calor de verão - alegre e florida. O facto é que no dia 18 de maio de 2010 estava este típico piauiense - ou ainda "comedor de bode", ou ainda piaui - no pavilhão Atlântico de Lisboa para assistir ao show do Metallica. Já no comboio de ida, na saída de Coimbra, muita gente com a camiseta do Metallica, na clara indicação de que todos convergiam para o mesmo local. Foi o primeiro engano: vamos correr, porque com essa lotação não vai ser um sufoco pra entrar. Desembarcamos na estação que ficava mesmo ao pé do Pavilhão Atlântico - local do show. Comemos alguma coisa rápido, compramos umas cervejas no supermercado e ficamos bebendo na porta. "Vamo entrar logo senão a gente não pega um lugar bom". E então entramos. Eu, Arthur e Marcelo (goiano que faz Erasmus em Lisboa e que conhecemos na queima das fitas) levamos aproximadamente 6 minutos e 40 segundos pra passar pela fila, pela revista, pelo portão de entrada e nos posicionarmos num local a 10m do palco. Como assim?!? Cadê a confusão pra entrar? Cadê o tumulto? Cadê o empurra-empurra?!? É, coisas da Europa. Quando entramos ainda estava a tocar a banda de abertura, que eu não faço a menor ideia do nome, mas que algum português próximo disse que era da Noruega. O show estava marcado para as 22hrs, e o Metallica subiu no palco as 21:47, no meu relógio. A ideia do palco era genial: circular, com a bateria no centro e os outros 3 integrantes espalhados pelo palco, separados por 120º (completando assim a volta). Quando os 4 homens subiram ao palco o pavilhão foi a loucura! O espetáculo já começava ali com um jogo de luzes fantástico, e eles abriram um show com  That was just your life, uma música do Death Magnetic - último álbum. Então passaram a The end of the line, também do Death Magnetic. A terceira música já foi um grande clássico, Ride the lightning, seguida de Through the never. A 5a música foi o auge do show, a música que eu tava mesmo a aguardar...e que claramente me levou ao primeiro dos 3 choros no show - As luzes se apagam e James fala "This is for my friend Ronnie" ( referindo-se ao recém-falecido ex-vocalista do Black Sabbath, Ronnie Dio): FADE TO BLACK.
A medida que as músicas iam passando eles trocavam de lugar, e a bateria girava. Assim, eu parado no meu lugar, fiquei  a menos de 10m, de frente pro James Hetfield, pouco depois pro Robert Trujillo e depois pro Kirk Hammet. Depois mais duas do death magnetic (Broken, Beat and Scarred e My Apocalipse) e então, Sad but true e mais uma do death magnetic - The unforgiven III. Só até aí o show já estava mais do que pago, mas os malditos emendaram uma sequência que levou toda a gente a loucura. Pra quem conhece Metallica: The four horsemen, One, Master of puppets, Battery, Nothing else matters e Enter Sandman. Em One, a introdução com os sons de guerra e umas chamas que saíam do meio do palco, foi brutal. E aí veio a segunda rajada de lágrimas quando finalmente consegui falar com meu irmão. Em Master of puppets eu entrei no maior mosh(pneu) da minha vida!!! Uma roda imensa de 'porrada' com direito a todo mundo alucinado e sem camisa. (Aqui vale registrar outra gritante diferença entre Portugal e Brasil: no meio do mosh, por varias vezes alguém caia no chão. Todo mundo parava e ajudava o cara se levantar. Quando tem mosh no Brasil, se o cara cair no chão pode ter certeza que alguém vai lá e pisa na costela do cara.) 

O 'pneu' continuou em battery..e quando o James gritou "Are you alive???Are you alive? How does it feel to be alive??! SHOW ME!!!" eu sinceramente achei que fosse perder meu pescoço. Pronto? Acabou James? Acabou Kirk? Ja chorei 2x, já tirei a camisa, bati cabeça e entrei no pneu. Já posso ir embora? E ai vêm os acordes de Nothing else matters e o terceiro choro da noite, cantando no telefone pro meu brother que tava ali comigo, de coração. Em seguida, Enter Sandman. E então a banda sai do palco e espera pelo grito de bis...Quando retornam James avisa que é aniversário de 10 anos de seu filho. Ele sobe no palco, ganha um happy birthday do público e muita torta na cara dos integrantes. E então segue o show, com Stone Cold Crazy e Phantom Lord. Acendem-se as luzes do pavilhão atlântico e James anuncia a última música. Várias bolas de plástico pretas com a inscrição METALLICA começam a cair do tecto e o pavilhão vai abaixo com SEEK AND DESTROY!
Mais um 'sonho' realizado. Show pra nunca esquecer. Sensação pra nunca esquecer. Queria que uma certa pessoa tivesse do meu lado, já que passei o show lembrando dela. Mas é isso aê, Ian Nicolas, meu irmão. Você tava comigo! Pode ter certeza que você tava comigo, como sempre esteve (mais nesse caso, tava  um bocado mais)


p.s: não consegui de forma alguma alinhar decentemente as fotos com o texto sem tirar esse 'buraco' entre dois parágrafos acima.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Fitas queimadas

Coimbra parou por uma semana. As ruas estavam sempre cheias, nunca tinha visto tanta gente de fora como vi nessa semana de Queima das Fitas. (Coimbra já tem gente do mundo todo, mas nessa época bate recordes). Alguns dias enquanto eu estava indo pras aulas alguns estudantes estavam voltando das farras. Coimbra pára, mas o mestrado não parou completamente (tive aulas normais, mas ainda bem que nenhuma apresentação coincidiu com essa semana).O saldo geral é muito positivo. As pessoas ficam mesmo mais animadas, especialmente os portugueses.
Não é pra menos, a Queima é o   Carnaval deles! Mas sendo bem sincero, quem entende mesmo de Carnaval somos nós! A Queima é muito bacana, o Cortejo é muito diferente e muito interessante, mas em matéria de animação... 5 x 0 pro Brasil.  Falando em cortejo, que é realmente o auge da Queima... A festa começa por volta das 14 horas em frente ao pátio da Biblioteca geral, onde todos os carros ficam alinhados e iniciam o desfile. Dali vão descendo por toda a cidade, distribuindo comida e cerveja. É verdade que grande parte da cerveja é quente, e que eles estragam muuuuuuita cerveja dando 'banho' na galera. Mas também é meio impossível manter-se sóbrio... a cerveja vem de todos os lados..se você não bebe cerveja, banha com cerveja. Os sanduiches duram pouco tempo, mas dão algumas horas de sobre vida ao estômago.
Eu de fato nunca imaginei que a bandeira brasileira chamaria tanta atenção de uma forma positiva. Digo isto por que durante todo o trajeto, enquanto estava enrolado com a bandeira tupiniquim, chegaram várias e várias pessoas gritando 'Brasil' ou pedindo pra tirar foto. E não foram só brasileiros..foram também italianos, espanhóis, ucranianos, e até portugueses! Pena que as fotos foram tiradas das câmeras dessas pessoas que eu sequer lembro do rosto. 
Após o cortejo, que foi no domingo, tive aí dois dias de folga da queima (já tinha aproveitado quinta,sexta, sábado e domingo). Assim fiquei a segunda e a terça descansando. Na quarta a noite voltamos novamente ao Recinto e não foi surpresa nenhuma ver aquilo entupido de gente - mais uma vez. Essa foi a minha despedida da Queima, que durou até o sábado, mas que eu não tive condições físicas e nem financeiras de suportar.



quarta-feira, 5 de maio de 2010

A Queima das Fitas

Começa amanhã, à meia-noite do dia 07 de Maio de 2010, a tão aguardada Festa da Queima das Fitas em Coimbra. É uma das festas académicas mais famosas e tradicionais do mundo - se não a maior. Mas então, o que raios é esta Queima das Fitas? Trata-se de uma espécie de celebração da formatura dos estudantes de Coimbra.  O nome vêm da cerimônia da queima das Fitas que os alunos usam coladas as suas pastas. As fitas têm um sinonimo que causa bastante polémica: grelos. Assim, há sempre a velha piada: quando vais queimar os grelos? hehehe A Queima inicia-se com uma Serenata no pátio da Sé Velha, na meia-noite da Quinta para Sexta. Conforme pode ser visto no vídeo, é um momento de muita emoção, pois trata-se da despedida da vida universitária em Coimbra.

A partir da sexta-feira, durante uma semana, numa estrutura - denominada de Recinto- montada próxima a Ponte de Santa Clara ocorrem diariamente vários shows de artistas nacionais e internacionais. Esse ano os destaques internacionais são o rapper Shaggy e a brasileira Daniela Mercury.

No domingo há sempre o auge da festa: o cortejo! Todos os cursos constroem carros alegóricos e saem desfilando pela cidade, desde o Pátio da Universidade, distribuindo bebida e comida de graça para toda a gente. Dizem os portugueses que esse é o dia que mais se consome cerveja em toda a europa, superando inclusive o Oktoberfest na Alemanha.
Para os sobreviventes, que aguentam todo o trajeto do cortejo, e mais os shows no Recinto, na segunda-feira pela manhã há a Garraiada: Os resistentes da noite dirigem-se para a Figueira da Foz  (50km de Coimbra) de comboio, e numa primeira parte do evento os fitados passeiam-se pela arena agitando orgulhosamente as suas fitas, segue-se uma Tourada, culminando na dita Garraiada, um confronto entre o homem e o animal.
Desde o começo de abril a cidade já não fala de outra coisa!  Surgem vários outdoors, começam vários eventos pré-queima, e toda a gente já se põe ansiosa. Na semana da queima os professores evitam marcar aulas, pois sabem que não adianta tentar, os alunos não vão comparecer. Sendo assim, tive hoje, quarta-feira, a ultima aula da semana. Só terei aula novamente na quarta-feira.
Não dá pra esconder a ansiedade por esse evento. Desde que cheguei aqui todos sempre diziam: esperas a queima e vais ver a loucura que isso é. Pois. Chegou a hora!Começou o Queima das fitas SPIRIT :D






domingo, 2 de maio de 2010

Semântico

Sou como eu sou:
Provérbio do meu futuro e da minha liberdade
Sou como eu sou:
Advérbio de lugar e de intensidade.
Sou um peito que chora de saudade

Já fui o que não era
Um dia serei o que não fui
Minha mente sempre aberta
quer um ser que evolui

Sou como eu sou:
Poema de minha própria alma
Que escreve rimas tortas e
Recita versos pelo caminho.
Assim as estrofes se constroem
E me mostram que não estou sozinho




p.s: Esse poema - se é que assim se pode chamar - é fruto de devaneios entre aulas e madrugadas Conimbricenses e tem uma certa inspiração no poema Cogito, do piauiense Torquato Neto

quinta-feira, 22 de abril de 2010

"Com muito gosto"

"Com muito gosto".
Talvez tenham sido estas as 3 melhores palavras que eu ouvi cá em Portugal, justamente no dia em que  completo 7 meses em terras lusas. Explico: hoje fui encontrar com a Dra. Benedita em seu gabinete para efectuar as correcções no paper que apresentei esse semestre. A conversa durou 1 hora e meia, e foi do paper a amenidades como os preços do pingo doce e os Verões em Coimbra. O fato de ela ter me dado a notícia de que minha nota estaria entre o 15 e o 16 (numa escala de 0 a 20 - o que no Brasil pode parecer uma nota medíocre, mas pros padrões da Universidade de Coimbra é algo entre muito bom e óptimo) se tornou praticamente irrelevante depois que passamos a uma conversa sobre o meu tema de dissertação de mestrado.

Bom, cheguei aqui sem muita direcção sobre o que defender pra conseguir meu título de mestre. Uma ideia aqui, outra ali, mas nada de muito concreto. O fato é que isso já estava começando a incomodar, por que minha estadia aqui já esta acabando e tenho que ir pro Brasil levando o máximo de material que eu puder. E pra isso, era necessário definir um tema e arranjar um orientador. Expus uma de minhas ideias, que vinha amadurecendo, e ela já me deu muitas dicas do que abordar e de como abordar. Pra não ficar muito técnico não vou descrever quais as ideias nem quais as orientações que ela me deu, mas pra que fique um pouco mais claro pros juristas que lêem estas linhas, a minha ideia é abordar o uso abusivo do direito de acção. Não obstante ter me dado uma luz, tranquilizou-me bastante ao dizer que os mestrandos não têm que se preocupar em revolucionar o pensamento jurídico com uma dissertação de mestrado. Segundo a Dra.,  "o que nós queremos é uma história bem contada, uma investigação séria, e argumentos juridicamente fundamentados"
Não pára por aí: além de ter me dito que tirei uma nota boa no paper, que a minha ideia era viável, de ter me dado dicas do que abordar, perguntei-lhe  se aceitaria ser minha orientadora. Eis que ela simplesmente respondeu: com muito gosto. Já disse em outra oportunidade que sou fã da Dra. Benedita, assim já dá pra imaginar o tamanho da minha satisfação em tê-la como orientadora :D

E é com muitíssimo gosto que encerro esse post "comemorativo" de Sete inesquecíveis meses de Coimbra.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Piquenique no Mondego

Inicio esse post falando da emoção de um nobre piauiense vivendo a Primavera. Quem mora no Piauí (e em todo Nordeste brasileiro) não faz idéia do que sejam estações do ano. Só distingue estação seca de estação chuvosa. Eis que, após minha chegada na altura do outono, uma travessia interminável pelo inverno, finalmente conheci  a senhora primavera, com suas flores, seu vento fresco e seu sol suave. Após conhecer as quatro estações do ano, afirmo categoricamente: a primavera é imbatível! Então, vamos de fato ao post.

Aproveitando os belos dias de Primavera em Coimbra, com um agradável sol de 25ºC, fizemos no sábado um piquenique no parque à Beira do rio Mondego. Uma bandeira brasileira, servindo de toalha, cerveja gelada, caxaça brasileira, sanduiche, bolo, salgadinho, um violão, 10 pessoas e muita animação. Uma divertída tarde de sábado em Coimbra, que nos faz esquecer as saudades de casa e pensar nas muitas coisas boas que temos vivido (e que certamente iremos viver) por aqui. Chegamos ao parque por volta das 15 horas, e partimos por volta das 20, quando o Sol se foi e o tempo passou a esfriar. Mas quem pensa que a folia acabou muito se engana. Fomos ao supermercado  reabastecer os mantimentos, e continuamos a folia na casa do Nelson ate não sei que horas (como eu dormi mesmo por la, não me lembro que horas eram). No domingão almoçamos a sobra da Lasanha que havíamos jantado na noite anterior. Um dos melhores fins de semana em Coimbra, sem dúvidas!