quinta-feira, 20 de maio de 2010

I still alive



O ingresso já estava comprado desde Dezembro do ano que passou. Lembro-me que foi o meu presente de Natal. Um Natal frio e triste, completamente diferente dessa primavera - que já posso dizer que é com calor de verão - alegre e florida. O facto é que no dia 18 de maio de 2010 estava este típico piauiense - ou ainda "comedor de bode", ou ainda piaui - no pavilhão Atlântico de Lisboa para assistir ao show do Metallica. Já no comboio de ida, na saída de Coimbra, muita gente com a camiseta do Metallica, na clara indicação de que todos convergiam para o mesmo local. Foi o primeiro engano: vamos correr, porque com essa lotação não vai ser um sufoco pra entrar. Desembarcamos na estação que ficava mesmo ao pé do Pavilhão Atlântico - local do show. Comemos alguma coisa rápido, compramos umas cervejas no supermercado e ficamos bebendo na porta. "Vamo entrar logo senão a gente não pega um lugar bom". E então entramos. Eu, Arthur e Marcelo (goiano que faz Erasmus em Lisboa e que conhecemos na queima das fitas) levamos aproximadamente 6 minutos e 40 segundos pra passar pela fila, pela revista, pelo portão de entrada e nos posicionarmos num local a 10m do palco. Como assim?!? Cadê a confusão pra entrar? Cadê o tumulto? Cadê o empurra-empurra?!? É, coisas da Europa. Quando entramos ainda estava a tocar a banda de abertura, que eu não faço a menor ideia do nome, mas que algum português próximo disse que era da Noruega. O show estava marcado para as 22hrs, e o Metallica subiu no palco as 21:47, no meu relógio. A ideia do palco era genial: circular, com a bateria no centro e os outros 3 integrantes espalhados pelo palco, separados por 120º (completando assim a volta). Quando os 4 homens subiram ao palco o pavilhão foi a loucura! O espetáculo já começava ali com um jogo de luzes fantástico, e eles abriram um show com  That was just your life, uma música do Death Magnetic - último álbum. Então passaram a The end of the line, também do Death Magnetic. A terceira música já foi um grande clássico, Ride the lightning, seguida de Through the never. A 5a música foi o auge do show, a música que eu tava mesmo a aguardar...e que claramente me levou ao primeiro dos 3 choros no show - As luzes se apagam e James fala "This is for my friend Ronnie" ( referindo-se ao recém-falecido ex-vocalista do Black Sabbath, Ronnie Dio): FADE TO BLACK.
A medida que as músicas iam passando eles trocavam de lugar, e a bateria girava. Assim, eu parado no meu lugar, fiquei  a menos de 10m, de frente pro James Hetfield, pouco depois pro Robert Trujillo e depois pro Kirk Hammet. Depois mais duas do death magnetic (Broken, Beat and Scarred e My Apocalipse) e então, Sad but true e mais uma do death magnetic - The unforgiven III. Só até aí o show já estava mais do que pago, mas os malditos emendaram uma sequência que levou toda a gente a loucura. Pra quem conhece Metallica: The four horsemen, One, Master of puppets, Battery, Nothing else matters e Enter Sandman. Em One, a introdução com os sons de guerra e umas chamas que saíam do meio do palco, foi brutal. E aí veio a segunda rajada de lágrimas quando finalmente consegui falar com meu irmão. Em Master of puppets eu entrei no maior mosh(pneu) da minha vida!!! Uma roda imensa de 'porrada' com direito a todo mundo alucinado e sem camisa. (Aqui vale registrar outra gritante diferença entre Portugal e Brasil: no meio do mosh, por varias vezes alguém caia no chão. Todo mundo parava e ajudava o cara se levantar. Quando tem mosh no Brasil, se o cara cair no chão pode ter certeza que alguém vai lá e pisa na costela do cara.) 

O 'pneu' continuou em battery..e quando o James gritou "Are you alive???Are you alive? How does it feel to be alive??! SHOW ME!!!" eu sinceramente achei que fosse perder meu pescoço. Pronto? Acabou James? Acabou Kirk? Ja chorei 2x, já tirei a camisa, bati cabeça e entrei no pneu. Já posso ir embora? E ai vêm os acordes de Nothing else matters e o terceiro choro da noite, cantando no telefone pro meu brother que tava ali comigo, de coração. Em seguida, Enter Sandman. E então a banda sai do palco e espera pelo grito de bis...Quando retornam James avisa que é aniversário de 10 anos de seu filho. Ele sobe no palco, ganha um happy birthday do público e muita torta na cara dos integrantes. E então segue o show, com Stone Cold Crazy e Phantom Lord. Acendem-se as luzes do pavilhão atlântico e James anuncia a última música. Várias bolas de plástico pretas com a inscrição METALLICA começam a cair do tecto e o pavilhão vai abaixo com SEEK AND DESTROY!
Mais um 'sonho' realizado. Show pra nunca esquecer. Sensação pra nunca esquecer. Queria que uma certa pessoa tivesse do meu lado, já que passei o show lembrando dela. Mas é isso aê, Ian Nicolas, meu irmão. Você tava comigo! Pode ter certeza que você tava comigo, como sempre esteve (mais nesse caso, tava  um bocado mais)


p.s: não consegui de forma alguma alinhar decentemente as fotos com o texto sem tirar esse 'buraco' entre dois parágrafos acima.

5 comentários:

  1. TCHEU CU! destá q da proxima vai eu ian tu e uma carrada de vagabas...

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  2. POOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOORRA DOIDO! Deve ter sido muito foda...Fiquei impressionado a educação do portugueses! Aqui ia ser um desespero absurdo na hora de entrar...
    Caralho...esperar aí uns 10 anos pra o Metallica voltar ao Brasil...

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  3. mais ou menos, hein?!!

    em porto alegre eles cantaram bombom e peguei de turma. muito foda! =D

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  4. Muito emocionante. DEMAAAAAAAISSSSSSS!!!!!! Tambem choramos quando sentimos a emoçao atraves das palavras. Valeu demais Berto, meu querido. OBRIGADAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA.

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