quarta-feira, 26 de maio de 2010

Lisboa

Como disse no post anterior, fui à Lisboa com o pretexto de assistir o show do Metallica. Como ainda não conhecia a capital portuguesa resolvi esticar minha permanência por dois dias e conferir o que havia de bom na cidade.
Logo que desci do comboio na estação de Oriente, tive a primeira - e boa - impressão de Lisboa: o cheiro de cidade grande. A estação é enorme, com gente passando freneticamente de um lado para o outro.Indo ao local do show - passamos por dentro de um shopping e então chegamos ao Parque das Nações, onde fica situado o Pavilhão Atlântico - já deu pra notar a grande diferença entre Lisboa e Coimbra: gente "normal".  Em Coimbra é muito raro ver uma família caminhando na rua, por exemplo. Depois de 8 meses nas ruas de Coimbra você se habitua a ver estudantes e mais estudantes por todas as partes. Cansa de ver os portugueses vestindo seus trajes à la Harry Potter. Em Lisboa vi gente que praticamente não vejo em Coimbra: operários, executivos, família. Além disso, muita confusão: multidão, buzina, trânsito, barulho ... Eu tava mesmo com saudade disso tudo!
Lisboa é uma cidade mesmo muito bonita, e que condensa ao seu redor praticamente todas as paisagens de Portugal: tem praias,castelos e mosteiros, tem grandes catedrais,  muita história e tradição. Mas me parece que a principal marca e, consequentemente, maior orgulho da cidade - fora os monumentos em homenagem ao Marquês de Pombal, que foi o grande responsável pela restauração de Lisboa após um terremoto que devastou a cidade no séc. XVIII - é o belíssimo rio Tejo
O rio Tejo nasce no centro da Espanha, mas é no litoral lisboeta que ele vem desaguar. O belo Tejo banha praticamente toda a Lisboa - pelo menos toda a parte que conheci. Foi através do Tejo que os portugueses atingiram a América, as Índias e o Mundo. Daí vem todo o encanto e fascínio dos lusitanos para com esse rio. Conhecer o Tejo é inevitavelmente remeter à nosso passado, à nossa história. É imaginar que foi daquele rio que 1500 homens partiram em 10 naus e 3 caravelas,  lideradas por Pedro Álvares Cabral,  e alcançaram acidentalmente (tenho minhas dúvidas) a Ilha de Vera Cruz.  É fascinante olhar o Tejo e não saber qual é sua verdadeira extensão, não saber onde termina o rio e onde começa o mar.

Em Belém,situada à margem direita do Tejo, além de sua famosa Torre, e do delicioso pastel, encontramos o monumento do Padrão dos Descobrimentos. No chão há uma inscrição que me chamou bastante atenção e que descobri depois tratar-se de um poema de Alberto Caeiro, um dos heterônimos do lisboeta Fernando Pessoa, intitulado O Tejo é o mais belo, cujo trecho transcrevo agora:
"Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram."
Tenho que concordar com o Sr, Sr. Pessoa: muito afortunados foram os portugueses por encontrarem a nossa Ilha de Vera Cruz. Pena terem gerido tão mal a fortuna que encontraram.

2 comentários:

  1. Que bom que você tem feito essas viagens, quer dizer, que bom que você descreve aqui essas viagens. Obrigada!
    Ah, inclusive, eu sou descendente do Marquês de Pombal, depois te conto essa história. ;)
    Pelo que você disse, o rio Tejo é bonito e bem cuidado... Quem bom seria se nosso Parnaíba fosse bem cuidado também.

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  2. Quando fui para Lisboa me senti completamente em casa. Também observei essas características da cidade grande que a gente não vê em Coimbra. Mas o que me fisgou foi a vista de cima e as ruazinhas do centro. Que lugar encantador, apesar do caos normal de cidade grande! Lisboa vibra de alguma maneira em uma delicadeza que não vi em outras capitais.
    Adorei as informações que passaste! Vou anexá-las à minha biblioteca mental hehe.
    Abraço!

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